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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PÁSSAROS DA NOITE



Rasam moribundos,
os pássaros da noite.
São negros
e trazem nas corcundas
silvos em lâminas de vento
e nos bicos sedentos,
restos de fomes antigas
de sangue,
de sono,
de paz...



Pousam em bandos
os pássaros da noite
e arrancam sonhos aos incautos,
para as suas asas de cera!



Não se atrevem ao sol, os pássaros da noite!
(de noite, todos os monstros são pássaros...)





Ar de cortar à faca

E nos beijos,
esquecia-se, à força, a dor da última ceia,
engolindo em seco o medo da apneia:
pois se a pior vida é morrer em ares que são
grades de oxigénio em putrefacção...
a pior morte é viver (a)pagando,
sem o sopro aceso da combustão.